Conceitos básicos
Como já discutimos, bancos de dados são elementos essenciais de boa parte dos sistemas computacionais que utilizamos no nosso cotidiano. Imagine, por exemplo, o caso de uma universidade e analise o que seria mais grave: perder um software como o Portal Acadêmico ou perder todos os dados armazenados?
Não precisamos nem dizer que ambos os casos são catastróficos e representariam grandes desafios. No entanto, é indiscutível que a perda dos dados é ainda mais grave: mesmo perdendo o sistema, ainda conseguiríamos saber quem são os estudantes aprovados e reprovados, pois os dados estão lá. Quando perdemos os dados, o sistema poderá continuar funcionando, mas certamente não servirá para muita coisa: não haveria cursos, disciplinas, professores, alunos e muito menos matrículas registradas.
Fica ainda mais claro, então, o papel fundamental que bancos de dados representam para a nossa área de atuação. Vamos, portanto, aprofundar o entendimento sobre esse assunto.
Conceito
Elmasri e Navathe (2011) definem banco de dados como "uma coleção de dados relacionados". O autor destaca ainda que, com dados, se refere a "fatos conhecidos que podem ser registrados e possuem significado implícito". Assim, imagine o cardápio de uma lanchonete, que mostra as opções de alimentação, os ingredientes envolvidos na preparação de cada uma delas, bem como o valor. Por esta definição, temos um banco de dados em praticamente toda lanchonete.
Observe que, em nenhum momento, falamos na definição que este banco de dados precisa ser digital. Ele pode ser impresso em papel A4 e coberto por papel contact. Mesmo nessas condições este cardápio pode ser considerado um banco de dados? A resposta é: sim.
Naturalmente, você pode estar achando essa definição estranha e extremamente abrangente. É claro que, no contexto da Computação, estamos interessados em bancos de dados numa abordagem mais específica.
Propriedades
- "Um banco de dados representa algum aspecto do mundo real, às vezes chamado de minimundo ou de universo de discurso (UoD - Universe of Discourse). As mudanças no minimundo são refletidas no banco de dados".
- "Um banco de dados é uma coleção logicamente coerente de dados com algum significado inerente. Logo, uma variedade aleatória de dados não pode ser corretamente chamada de banco de dados".
- "Um banco de dados é projetado, construído com dados para uma finalidade específica. Ele possui um grupo definido de usuários e algumas aplicações previamente concebidas nas quais esses usuários estão interessados".
Em linhas gerais, um banco de dados reflete parte do mundo real (o minimundo). isso significa que, para que esse banco de dados seja confiável, as alterações que ocorrem no mundo real devem ser refletidas no banco de dados com a maior agilidade possível.
Tamanho e complexidade
Certamente, você já está ciente de que bancos de dados (digitais ou analógicos) variam quanto à estrutura e complexidade. O banco de dados de alunos de uma pequena creche de bairro é certamente menor e menos complexo que o banco de dados de clientes de uma instituição bancária com atuação em todo o território nacional).
Em ambos os casos, os dados precisam ser organizados e gerenciados de modo que se possa consultar, recuperar e atualizar esses dados quando necessário (ELMASTI, NAVATHE; 2011). Novamente, esse processo ocorre tanto em bancos digitais quanto analógicos. Como estamos num curso de Engenharia de Computação, nosso enfoque daqui pra frente será em bancos computadorizados.
Nesses casos, há naturalmente a necessidade de criação de programas de aplicação específicos para essas tarefas, como os que aprendemos a criar na disciplina de Algoritmos e Estruturas de Dados II.
📚 Referência bibliográfica
Esta página é baseada e contém reprodução ipsis litteris, para fins exclusivamente didáticos, de trechos do livro "Sistemas de Bancos de Dados, de Elmasti e Navathe (2011). A leitura do livro é fortemente recomendada para o aprofundamento dos conceitos.